Lula pode ajudar Iris, diz cientista

Lula pode ajudar Iris, diz cientista

Jornal Hoje – 21/03/2010

A união dos partidos da base do governo Lula em torno da candidatura do prefeito Iris Rezende (PMDB) ao governo só precisa, para se consolidar, de um pouco mais de empenho por parte do presidente. A análise é do professor de Ciências Políticas da UFG Pedro Célio. Embora reconheça as dificuldades para a aliança entre PP e PT e PP e PMDB, por questões ideológicas e de um “oposicionismo visceral” entre os dois últimos, ele avalia que, se quiser, “Lula pode dar um empurrãozinho”, sobretudo nesse momento em que está sendo finalizada a operação entre Celg e Eletrobrás. Diante da boa vontade presidencial para descascar o “pepino” da companhia goiana, o governador Alcides Rodrigues (PP) poderia retribuir com uma proximidade eleitoral ao bloco PMDB-PT.


“Seria uma sinalização do governo federal que pode ser revertida e trabalhada no plano da aliança política”, diz o professor. E continua: “Seria um gesto de boa vontade capaz de despertar o outro lado, um gesto de amizade política, de solidariedade administrativa diante de uma crise”, sugere o cientista político. Pedro Célio  não ignora, porém, o elemento técnico contido nessa operação e o seu constrangimento judicial por causa disso. Contudo, reconhece as dificuldades de se fazer associação direta entre a solução dos problemas da Celg e a questão política.


 Sobre a possível desistência do prefeito Iris Rezende em concorrer, Pedro Célio analisa que nesse caso o processo político-eleitoral no Estado estará praticamente zerado, tendo a provável candidatura do senador Marconi Perillo (PSDB) como única referência. Se isso acontecer, observa, pode ser que todo o quadro de coligações no Estado sofra alterações, sob as influências dos que estão mais bem posicionados na corrida.
Um outro ponto da questão, conforme o professor, será o comprometimento da aliança PMDB-PT, que passa a requerer comprovações mais iminentes. O terceiro e último ponto elencado pelo professor será a dinâmica de empenho do governo federal no Estado, que será completamente diferente.


Pedro Célio disse que no primeiro momento não levou a sério as dúvidas suscitadas pelo prefeito acerca da candidatura. Hoje, porém, já acredita que ela é real e isso deixa os peemedebistas “de cabelo em pé”, porque o PMDB não possui plano B. “A não ser que a opção seja por salto no escuro com uma candidatura de Henrique Meirelles para o governo, que não dá a mesma tranquilidade na disputa se o candidato fosse Iris Rezende”, avalia o professor da UFG, para quem o PMDB vive um dilema neste momento. (Divino Olávio)