Acesso à tecnologia faz aumentar resíduos


Mestre em Geografia, Sílvio Braz de Souza frisa que, à medida em que a tecnologia se torna mais acessível a uma parcela maior da população, cresce a produção de lixo. No caso de Goiânia, diz, a situação, que não é boa, tende a piorar. Isso porque por se tratar de uma metrópole regional, os padrões de consumo já consolidados em outras cidades, como São Paulo, por exemplo, começam a ser firmar por aqui agora. E como a produção de lixo cresce à medida em que cresce o acesso a bens de consumo, a expectativa é que tenhamos, não muito distante, uma produção de lixo ainda maior.

O cenário que a mudança no padrão de consumo indica, portanto, é desalentador. O geógrafo assinala que não está distante o momento em que faltarão áreas para implantação de novos aterros em Goiânia. Além do aumento do padrão de consumo, diz, a cidade ainda vive uma grande expansão imobiliária. “Quando o atual aterro sanitário chegar ao seu limite, teremos problemas em encontrar novas áreas”, observa.

Para o geógrafo do Instituto de Estudos Socioambientais (Iesa) da Universidade Federal de Goiás (UFG), João Batista de Deus, a reciclagem é a principal forma de minimizar a produção de lixo em todo o País, e por isso deve ser incentivada. “O problema do lixo é estrutural, É preciso mudar o modelo de consumo, o que é difícil. Depende de um trabalho de conscientização a longo prazo, enquanto isso, é preciso investir na reciclagem”, diz.

João de Deus assinala que a separação do lixo é fundamental para reciclagem e para garantir que vá parar no aterro sanitário apenas o lixo adequado para o local, que é o orgânico. Infelizmente, frisa, hoje vai de tudo. “É urgente priorizar a questão do lixo. É um problema muito grave”, reforça.