Memórias goianas

Escritor Joaquim Graciano de Barros Abreu lança Crônicasda Nossa História

Renata Dos Santos09 de outubro de 2012 (terça-feira)

Crônicas da Nossa História é o novo livro de Joaquim Graciano de Barros Abreu, que traz à tona fatos importantes da história de Goiás. O autor tem na bagagem outras três obras: Crônicas de Minha TerraCrônicas de Ontem e de HojeDo Outro Lado do Muro. Aos 78 anos, o autor, em sua obra, passeia pelo passado da capital e de cidades do interior goiano, evocando personalidades locais e suas relações com outras regiões do Brasil no contexto histórico, político, cultural e social.

Nascido na cidade de Goiás, Joaquim Graciano mora em Goiânia desde os dois anos de idade. Na capital, ele estudou no Grupo Modelo, no Ateneu Dom Bosco e se formou em Direito pela UFG. O autor também foi professor e jornalista. Ele conta que, há um ano, começou a escrever seu novo livro, a partir de anotações históricas e pesquisas em bibliotecas e sebos de Goiânia e de outras cidades, como o Rio de Janeiro.

“Muitos fatos são desconhecidos até de pesquisadores, mas tudo que escrevo é fato histórico. As pessoas precisam saber que Goiás tem um passado de importância num contexto nacional. Este livro é sobre Goiás e tem cheiro de Goiás. A sociedade precisa dar valor a homens que nem são mais lembrados, aos que vieram antes de Pedro Ludovico”, afirma.

Joaquim Graciano acrescenta que sua meta é divulgar a obra também para “informar as novas gerações”. “Dia desses um rapaz não sabia quem era Pedro Ludovico Teixeira. Além deste, tivemos vários outros homens cuja história de vida teve importância também fora do Estado e deveriam interessar também as novas gerações”, diz.

CONFLITO

Uma das crônicas reunidas no novo livro é Guerra dos Diamantes, sobre um conflito marcante do início do século 20 na região de Alto Araguaia e Barra do Garças. Em Uma Cidade Fantasma, o autor resgata curiosidades como uma que envolve Traíras. “Niquelândia era distrito de Traíras, que tinha uma sociedade influente e uma vida econômica agitada com fórum e vários advogados”, descreve.

Outros fatos que devem prender a atenção do leitor são memórias que resgatam o primeiro carnaval de Goiânia, que movimentou o Grande Hotel em 1939, e a revolta dos Caras Pretas – rebelião em Pirenópolis na qual os ingleses foram expulsos debaixo de fogo armado de suas minas de ouro no Rio das Almas.

Na crônica O Pintor-Escritor, a vida e a arte de Octo Marques entra em foco, num registro no qual a faceta de Octo como jornalista no eixo Rio-São Paulo também é lembrada. Em sua obra, Joaquim Graciano faz questão de retomar a figura de Getúlio Vargas, que com sua Marcha para Oeste contribuiu para o desenvolvimento do Estado. “Além de Getúlio Vargas, Pedro Ludovico e Juscelino Kubitschek foram ícones para o nosso avanço e eu mostrei isso nas crônicas”, ressalta.

Em outros momentos, Joaquim Graciano surpreende o leitor com passagens que relembram ainda personalidades como Leopoldo de Bulhões. “Foi Leopoldo de Bulhões quem criou o cheque. Isso foi no século 19, quando ele era ministro da Fazenda do Brasil”, informa.

Livro: Crônicas da Nossa História

Autor: Joaquim Graciano de Barros Abreu

Editora: América

Informações: 3253-307