Recanto foi um disco muito bem recebido pela crítica por sua sonoridade mais alternativa, entre a música eletrônica, o rock e o dub step. Como foi o processo para levar esse som ao palco?

O show mantém a mesma sonoridade do disco. Conseguimos adaptar muito bem. Tem uma mescla de eletrônico com músicas comuns, canções que gravei ao longo da minha carreira. É bem balanceado e os estilos se misturam perfeitamente. As pessoas se comovem ao ver o show.

 

A banda que gravou Recanto e que vem acompanhando a sua turnê é composta por músicos bem jovens. Como tem sido a troca de experiências?

Os jovens que tocam comigo admiram meu trabalho e escutam meus discos dos anos 60 e 70. Eles fazem o show com muito prazer. É uma troca muito boa. Me sinto jovem e é sempre bom estar com quem se sente jovem também. Porque tem muito jovem que parece velho.

 

A senhora acredita que Recanto acabou criando uma conexão maior entre sua obra e o público mais jovem?

Com certeza! Esse público jovem já vinha ouvindo discos que gravei nos anos 60, 70, mas agora aproximou mais. Muitos jovens tem ido assistir ao show de Recanto.

Quando Caetano a chamou para ousar em Recanto, qual foi sua primeira reação?

O Caetano já tinha toda a ideia e, quando me mostrou todo o projeto, já aceitei na hora. Gosto de encarar os desafios e ele compôs para mim.

 

Ainda sente frio na barriga antes de subir ao palco?

É sempre emocionante subir ao palco e fazer um show. Me emociono sempre. Cantar é uma missão para mim, uma dádiva.

Caetano e Gil chegaram aos 70 anos em 2012. Como a senhora, que os acompanhou desde tão cedo, os enxerga hoje?

São parceiros, tenho admiração por eles e por tudo que fizeram pela música brasileira.

Como é ser uma mulher de referência para a geração de novas cantoras que domina a MPB? Qual delas a senhora mais admira?

Acho que essa nova geração tem muita influência da minha geração sim. Tem muita gente boa fazendo música boa. Eu aprecio o trabalho da Roberta Sá.

 

No Brasil, a sala de espetáculos ainda é destinada aos com poder aquisitivo. Em Goiânia, a senhora se apresentará com ingressos a preços populares em uma universidade pública aberta à comunidade. Tem um gosto diferente em participar de um evento assim?

É sempre bom poder se apresentar para diferentes públicos e dar a oportunidade para pessoas que muitas vezes não têm acesso. A música é para todos.

“Me sinto jovem e é sempre bom estar com quem se sente jovem também. Porque tem muito jovem que parece velho”