Prédio novo, estrutura antiga

Depois de uma espera de 30 anos, finalmente foi inaugurada a biblioteca do Campus 1 da UFG (Universidade Fe­deral de Goiás). A obra foi construída na Praça universitária e conta com um acervo de 50 mil livros distribuídos em uma área de 5 mil m². 
A nova biblioteca possui estrutura climatizada e ocupa um espaço três vezes maior que o anterior, localizada na Faculdade de Direito. O novo prédio foi construído através de uma parceria com o Banco do Brasil (BB), que repassou R$6,6 milhões para a UFG que, em contrapartida, cedeu uma área de 876 m² do novo prédio para a instalação de uma agência do banco. A parceria inclui também a isenção, por um período de 20 anos, do pagamento de aluguel de duas agências do BBB: a nova, na Praça Universitária, e outra que está localizada no Campus 2. 
Uma particularidade da nova biblioteca da UFG é que ela possui um acervo voltado apenas para os cursos oferecidos no campus 1 da instituição, ou seja, Medicina, Psicologia, Odontologia, Farmácia, Enfermagem, Nutrição, Pedagogia, Direito e engenharias Civil e Elétrica. 
O espaço de leitura e pesquisa tem arquitetura acessível, com rampas, elevadores e corredores amplos e ainda dispõe de rede wifi para os visitantes, salas de áudio, vídeo, multimídia e de estudo individual e em grupo, podendo atender até 350 estudantes nesses espaços. 
Coordenadora da biblioteca, Cláudia Regina Ribeiro Rocha, explica que o perfil dos frequentadores do novo espaço difere dos usuários das demais bibliotecas de Goiânia. Segundo ela, grande parte deles estuda com a ajuda de notebooks. “Eu posso dizer que 80% dos alunos trazem o seu computador pessoal.”

Barreiras estruturais 
Para quem não tem o equipamento, o local dispõe de duas salas com 40 notebooks, mas o acesso ao público ainda não foi liberado. Cláudia conta que o problema é a falta cabeamento elétrico. “Tem as tomadas, mas falta a fiação”, justifica. 
A deficiência da parte estrutural se repete em outros ambientes a biblioteca recém-inaugurada. “O espaço é muito agradável, mas faltam tomadas para ligarmos os notebooks”, comenta a 'concurseira' Luana Menezes. 
A coordenadora lembra que o projeto da biblioteca tem 30 anos, época em que não havia demanda para tantas tomadas. Como não houve uma revisão arquitetônica antes do início das obras, agora para resolver a falha será preciso realizar um estudo de viabilidade técnica para a instalação de novos pontos de energia elétrica no prédio. “Hoje essa demanda aumentou muito e isso gera, inclusive, uma sobrecarga na conta de energia elétrica da instituição e nos equipamentos elétricos. Temos que fazer essa avaliação para ver se é possível ampliar o número de tomadas”, destaca Cláudia. 
Inaugurada em dezembro do ano passado, a nova biblioteca tem atraído uma média de 900 pessoas por dia. “Foi uma surpresa para nós; desde o primeiro dia, o local está cheio de usuários”, comenta Cláudia. 
A grande procura pelo espaço revela outra situação: a carência de bibliotecas em Goiânia. A coordenadora acredita que um dos elementos que impulsiona a grande demanda de público é a falta de espaços semelhantes em Goiânia para atender a comunidade.