Cenário sombrio para o Cerrado

Dois estudos publicados em revistas internacionais mostram queo bioma corre perigo

Dois trabalhos publicados recentemente nas conceituadas revistas internacionais PLoS One e Biological Conservation, objeto de estudo de profissionais ligados ao Departamento de Ecologia da Universidade Federal de Goiás (UFG), apontam, mais uma vez, para um cenário sombrio para a biodiversidade do Cerrado brasileiro, que sucumbe apressadamente em Goiás. Os estudos chamam a atenção para a necessidade de o País dedicar-se ao avanço das unidades de conservação para fazer frente aos efeitos das mudanças climáticas já experimentadas.

Doutor em Ecologia pela Universidade de Campinas (Unicamp), o professor Rafael Loyola, do Departamento de Ecologia da UFG e coordenador do Laboratório de Biogeografia da Conservação da instituição de ensino, conduziu uma equipe ao longo dos últimos três anos que levantou os impactos das mudanças climáticas para as diferentes espécies do Cerrado e da Mata Atlântica. Segundo o ecologista, a maior parte das espécies deve perder grandes extensões de habitat adequado para sua sobrevivência, fazendo crescer enormemente a lista de espécies em extinção nos biomas.

Em entrevista ao POPULAR, o pesquisador fez um alerta: diante do atual cenário, os habitats não desapareceriam, “mas eles se tornariam quentes ou secos demais, em sua maioria. No caso do Cerrado, diante das mudanças climáticas e do desmatamento, apenas aproximadamente 20% em média da área de ocorrência das espécies conseguiria ser protegida”, frisa.

Fonte: O Popular