Da coluna do jornal para uma academia de letras

“Por causa da morte de uma galinha eu virei imortal”, quem conta a história em tom de brincadeira é o jornalista Pedro Paulo das Chagas, 66 anos, egresso da Faculdade de Comunicação da Universidade Federal de Goiás em 1978. Hoje aposentado como servidor federal, há cerca de cinco anos ele passou a colaborar com o Suplemento do Campo do POPULAR escrevendo causos. No conto O Presente do Gato do Mato ele detalha um fato real que aconteceu com ele na região de Cezarina, município a 73 quilômetros de Goiânia.

Passando uma temporada na fazenda de um tio, um gato do mato apareceu de repente e estraçalhou o pescoço de uma galinha. “Como eu era o cozinheiro da hora, não deu outra, a galinha foi para a panela”, diz ele, em tom de brincadeira.

O que aconteceu mais tarde ele contou numa carta publicada recentemente na seção Cartas dos Leitores do POPULAR. Por causa do causo do gato do mato ele foi convidado a ocupar uma das 40 cadeiras da recém-fundada Academia Cezarinense de Letras e Artes (Acla) sem nunca ter escrito nenhum livro.

“Fiquei feliz e orgulhoso”, afirma, explicando que para ele foi uma surpresa porque sempre adiou o projeto do livro. “Meus escritos, principalmente poemas, estão muito espalhados. Preciso organizá-los”.

O jornalista, que durante quase 30 anos, trabalhou na Rádio Universitária, da UFG, e ainda hoje continua como voluntário na emissora fazendo o programa semanal Flauta e Bandolim, dedicado ao chorinho, explica que também se surpreendeu quando o primeiro de seus causos foi publicado no Suplemento do Campo.

“Eu enviei ao POPULAR pelos Correios, postado. Queria ver no que ia dar”, diz ele. “E não é que por causa dessa ousadia me tornei um imortal”.

Fonte: O Popular