Arquipélago contemporâneo

UFG apresenta parte do seu acervo, que traz nomes como Beatriz Milhazes, Marcelo Solá, Cildo Meireles, Pitágoras, Eduardo Berliner e Siron Franco

Exposições: Arquipélago: Arte Contemporânea Brasileira no Acervo do CCUFG e Estação Vídeoarte / Período: de hoje a 19 de julho / Local: Centro Cultural da UFG, Avenida Universitária, nº 1533, Setor Universitário

Horários de visitação: Segunda a sexta-feira, das 8 às 12h e das 14 às 18h /Mais informações: 3209-6251

 

Parte do acervo de artes visuais da UFG, capitaneado através de doações de 2011 a 2013, está em exposição no Centro Cultural da UFG, na Praça Universitária. “Não sei mensurar o valor de toda a exposição. Mas é cara”, revela empolgado Carlos Senna Passos, diretor do centro e curador da mostra Arquipélago: Arte Contemporânea Brasileira no Acervo do CCUFG, que fica em cartaz até o dia 19 de julho, assim como Estação Videarte, esta com curadoria de Divino Sobral.

No concorrido mercado de artes, a exposição traz obras de nomes representativos. Beatriz Milhazes surge com “uma gravura de 20 mil dólares” (Você Me Olha Por Quê? Porque Você Está Me Olhando, de 1992), quantifica Senna. Henrique Oliveira, artista presente na última Bienal Internacional de São Paulo, aparece no acervo da UFG com a obra Muca, de 2011 – “Escultura que finge ser pintura, cujo valor se aproxima a 80 mil reais”, comenta o curador. Eduardo Berliner é, talvez, o detentor da obra mais cara da mostra, “uma pintura que beira a 100 mil reais”, acredita o diretor do Centro Cultural da UFG. Trata-se do óleo sobre tela Enterro, de 2009, doação do Prêmio CNI-Sesi Marcantonio Vilaça.

Bem mais importante do que os valores das obras, Arquipélago: Arte Contemporânea Brasileira no Acervo do CCUFG deve ser apreciada pelo conjunto. “Notei que cada obra era como uma ilha, mas que na sua solidão tinha algo em comum com outra obra”, resume Senna o caráter contemporâneo que une todos os trabalhos da mostra.

“É incomum as doações de obras em Goiás feitas por colecionadores e empresas locais. A maior parte do nosso acervo é formada por doações dos próprios artistas, empresas nacionais e oriundas de grandes salões”, fala Senna sobre a forma de aquisição das obras. Elas vêm de instituições como CNI/Sesi, Itaú Cultural e Cia. Bozano, por meio de mecanismos para aquisição de obras, como o Salão de Arte Contemporânea do Centro-Oeste.

Gravura de Ianelli

A Cia. Bozano doou um conjunto de 25 gravuras, assinadas por artistas de todas as Américas. “Trata-se da série Eco Arte, feita especialmente para a Eco 92”, explica Senna. O curador optou por destacar somente os artistas brasileiros na série. Entre eles aparecem o goiano Siron Franco, o carioca Daniel Senise e o paulista Arcangelo Ianelli (1922/2009). “São gravuras gigantes e representativas”, descreve Senna. A parede das gravuras, que simula um arquipélago, conta ainda com obras de Tomie Ohtake, artista japonesa radicada no Brasil e que comemora 100 anos de vida em 2013.

Outra curiosidade de Arquipélago: Arte Contemporânea Brasileira no Acervo do CCUFG é a presença de Cildo Meireles. O carioca apresenta uma obra sonora: Rio Oir, concebida em 1976 e executada em 2011.

“O Cildo viajou por várias regiões brasileiras na década de 1970 e colheu sons das águas. Gravou tudo e concebeu a obra como um vinil, mas, como foi lançada somente em 2011, adotou o formato de um DVD belíssimo”, tenta dimensionar Senna a abrangência da obra de Cildo.

Os sons das águas brasileiras vêm do alvoroço das pororocas do Amazonas, da delicadeza dos pingos das cascatas de Foz do Iguaçu e seguem por outras regiões. “As imagens colhidas pelo Cildo estão em uma vitrine, que tem fones de ouvidos, para o espectador ouvir os sons das águas”, indica Senna o formato ideal para ser apreciado Rio Oir em sua plenitude.

Arquipélago: Arte Contemporânea Brasileira no Acervo do CCUFG conta com 124 obras de 21 artistas brasileiros. De Goiânia, surgem outros dois nomes de destaque no cenário nacional: Pitágoras (“um acrílico sobre tela lindo”, diz Senna) e Marcelo Solá (“um desenho gigante”, define o curador). Os próprios artistas doaram as obras ao acervo da UFG.

 

Mostra destaca videoarte

17 de maio de 2013 (sexta-feira)

O artista plástico Divino Sobral assina a curadoria da exposição Estação Videoarte. São vídeos produzidos entre os anos de 2005 a 2012. Ao todo, são oito obras, que retratam o panorama nacional através do olhar dos artistas paraenses Alberto Bitar e Armando Queiroz. Cada artista apresenta quatro vídeos, que são projetados tanto na parede quanto nas telas de TV.

Segundo o curador Sobral, a videoarte entra em cartaz no momento em que o Centro Cultural da UFG abre suas atividades em 2013 por ser uma linguagem de grande importância. “A videoarte apresenta os mais diversos discursos proferidos pelos artistas sobre o espaço e o tempo em que vivemos”, contextualiza o artista-curador.

A produção de Bitar e Queiroz ficou mais evidente no início da década de 2000, apesar dos de o duo pertencer à geração de artistas visuais de 1990. Um exemplo da poesia de Bitar é o vídeo Partida e da crueza do olhar de Queiroz está em Pé na Cova.

Em 2012, Alberto Bitar foi convidado a participar da 30º Bienal Internacional de São Paulo. Entre os inúmeras prêmios recebidos sobressaem: Prêmio Funarte Marc Ferrez de Fotografia (2012 e 2010) e Prêmio Banco da Amazônia de Artes Visuais (2009). Armando Queiroz integrou o Salão Arte Pará Dois Mil, de 2000, e, na sequência, conquistou várias prêmios, a maioria conferidos em seu Estado.

Fonte: O Popular