UFG abre curso de game a distância

Estudantes do ensino médio poderão aprender gratuitamente a desenvolver jogos eletrônicos. Dentre as ferramentas que a internet proporciona aos mais interessados em aprender algo, o ensino à distância (EAD) é a que possibilita a quem não tem disponibilidade de tempo e até de recursos fazer desde um curso simples até uma pós-graduação. Agora para os aficionados em jogos uma oportunidade única: imagine aprender a desenvolver games de graça, jogando e pela internet. Essa é a proposta do Curso de desenvolvimento de games – projeto piloto, treinamento projetado por profissionais da Universidade Federal de Goiás (UFG), que poderá ser feito por alunos de todo o Brasil. Foram abertas três mil vagas.

O curso é direcionado exclusivamente para alunos do ensino médio e da rede pública de ensino, e totalmente gratuito. As inscrições vão até quarta-feira (11). Todo o treinamento, desde a inscrição até o último módulo, é feito pela internet. Mas quem pensa que é necessário ter um computador de última geração, o designer e coordenador do curso, Igor Avelar, esclarece que uma configuração básica é suficiente. “O principal é ter dedicação e foco, uma vez que tudo é distração quando se está na internet”. Ele explicou que foi por esse motivo que os estudantes que fizerem o treinamento, que ainda é piloto, vão aprender jogando. A medida que o jogador/estudante avança no game e supera os desafios, ele aprende uma pouco mais sobre programação.

No curso, os alunos vão estudar o que há por trás dos jogos eletrônicos, vão entender o ambiente de programação e vão aprender a programar na linguagem Pyton, específica para desenvolvimento de softwares de jogos e free. ”Neste primeiro momento, o aluno que fizer o curso inteiro, vai conseguir fazer joguinhos para se divertir e despertar o interesse pelo assunto. Agora jogos mais complexos com pontuação, ranking, efeitos, só a partir do próximo curso”, explica Avelar. O aluno que participar do piloto vai receber a certificação de conhecimentos básicos e terá garantida a vaga no módulo avançado do curso, que será ministrado em 2014. O curso vai começar no dia 16 de setembro.

Carreira
Trata-se de uma perspectiva promissora para quem quer seguir carreira na área. O mercado de games no Brasil está aquecido, e isso gera aumento na demanda por profissionais. A estimativa da Associação Brasileira de Desenvolvedores de Jogos Digitais (Abragames) é de que o número de vagas cresça 13,5%nos próximos cinco anos. E a principal exigência do mercado é de profissionais com experiência.

Mas o curso não será apenas diversão, os alunos serão acompanhados por tutores que vão tirar as dúvidas das tarefas que deverão ser executadas. O curso tem o total de 100 horas e vai durar até o dia 16 de dezembro deste ano, neste período, os estudantes não tem horário fixo para estudar, mas as atividades têm prazo para serem executadas.

Vinte profissionais trabalharam na execução do jogo/treinamento. Eles fizeram desde a concepção pedagógica e até colocaram as próprias vozes na animação. Os tutores não fazem parte da equipe principal de desenvolvedores, eles são selecionados para auxiliar os alunos no processo de treinamento. Desde o início de agosto, os tutores estão em treinamento para acompanhar os estudantes.

Informática Básica

O projeto, que incluiu o curso de desenvolvimento de games, também oferta para alunos de todo o País curso de informática básica e manutenção de computadores, faz parte de um convênio entre a UFG e o Ministério da Educação (MEC), que custeia todo o processo.

Segundo a coordenadora tecnológica dos cursos Elvia Ribeiro, os alunos que já fizeram o curso de informática básica e quiserem participar do curso de games têm vaga garantida. A plataforma de games é a segunda produzida pela equipe do Labtime da UFG para ministrar cursos à distância. Ribeiro explica que após o curso muitos estudantes passaram a trabalhar nas escolas em que estudavam para ajudar na manutenção dos laboratórios e houve casos até de contratação. Outros que já estavam no fim do ensino médio decidiram seguir a carreira e começaram a graduação de informática. Ela disse também que, com a oferta de cursos EAD, o MEC cobra a utilização dos laboratórios das escolas. “Tem muitos laboratórios que ficam fechados e a disponibilidade para os alunos é quase zero, com os cursos, não tem porque mantê-los fechados”, explica

Fonte: Jornal O Hoje