Celg e Eletrobras perto de finalizar acordo

Os impasses que impedem a transferência das ações da Celg à Eletrobras devem ser finalizados nos próximos dez dias. Em reunião na tarde de ontem no Ministério de Minas e Energia, o ministro Edison Lobão, o presidente da CelgPar, Fernando Navarrete, diretores da Eletrobras, do Tesouro Nacional e o governador Marconi Perillo (PSDB) acordaram que a Eletrobras e a Celg terão dez dias para alinhar as premissas, refazendo as avaliações sobre os valores das ações da Celg a fim de se chegar ao valor consensual que dever pôr fim ao impasse. Nas novas avaliações, as empresas consultoras devem considerar também a prorrogação da concessão da Celg para 30 anos.

Segundo Navarrete, as avaliadoras trabalharão com a hipótese de transferência do controle da Celg à Eletrobrás sem a prorrogação da concessão (avaliando a empresa até 2015) e cogitando a prorrogação da concessão até 2045. “Quando formos finalizar a transferência, se já soubermos das regras de prorrogação, será o preço que foi encontrado com o cenário da prorrogação. Caso contrário, se finalizadas as avaliações não tiverem sido anunciadas as regras de prorrogação, faremos a transferência com a avaliação de 2015, mas com cláusula que garanta ao governo do Estado receber as vantagens de uma eventual prorrogação”, explicou.

Navarrete disse que na segunda-feira as estatais devem se reunir com as avaliadoras e entregar as premissas. A expectativa é de que em dez dias seja possível anunciar que as avaliadoras já estarão trabalhando com premissas comuns. “É esperar os laudos saírem e aplicar o cenário de acordo com a realidade que estiver vigente”, afirmou. Durante a reunião, ele defendeu a valorização da estatal goiana e o cálculo considerando a concessão. “Se avaliarmos com mais 30 anos de concessão teremos mais 30 anos de caixa. A diferença é muito grande porque 30 dias de fluxo de caixa para uma empresa que tem R$ 4 bilhões de faturamento, é muito relevante. Por isso, temos lutado para que o valor capture esses 30 anos de caixa”, disse.

Navarrete afirmou que, assim que as premissas forem alinhadas, a Celg D receberá aporte de capital pela CelgPar. Quando for federalizada, receberá outro aporte de recursos por parte da Eletrobras. “A previsão é de que a Celg receba investimentos da ordem de R$ 1,9 bilhão em um curto espaço de tempo. O que temíamos era entregar a Celg por um valor muito pequeno e daqui a 60 dias, no máximo, seria anunciada uma prorrogação e a Eletrobras teria uma Celg que valeria bilhões e por ela teria pago muito pouco”, declarou.

Impasse

O impasse pela transferência de 51% das ações da Celg à estatal federal teve início em junho, quando as empresas contratadas pelo Estado – Funape UFG – e pela Eletrobras – Deloitte – divergiram quanto ao valor das ações. A UFG avaliou as ações em R$ 5,3 bilhões, enquanto a Eletrobras ofereceu valor simbólico. Em seguida, as estatais divergiram quanto à possibilidade de prorrogar a concessão da Celg por mais 30 anos. O acordo assinado em 2011 não previa prorrogação.

Ainda em junho, Marconi se reuniu com Lobão em busca de consenso entre os laudos. Disse que os números eram discrepantes, e que defenderia até o último momento o interesse público de Goiás. Até então, sem conseguir estabelecer acordo, a Celg não conseguiu contratar empréstimos. A demanda atual chega a R$ 500 milhões.

Banda larga

Mais cedo, Marconi assinou com a Telebras Termo de Cooperação Técnica visando a ampliação do Programa Nacional de Banda Larga (PNBL) no Estado. A Celg Telecom disponibilizará sua rede de transporte e multisserviços de 614 quilômetros de extensão e que atende a 17 municípios na Região Metropolitana de Goiânia e entorno, tendo na rota os polos industriais de Anápolis e Aparecida de Goiânia, bem como o Pool Petroleiro de Senador Canedo, todos na rota da rede.

Com a integração das redes, a Telebras terá acesso às 17 cidades servidas pela rede da Celg Telecom e esta poderá atender a regiões antes não acessíveis por sua rede de transporte e multisserviços e que já são servidas pela rede da Telebras, principalmente o sudoeste e o sul de Goiás, além da região centro-norte do Estado.

 

Fonte: jornal O Hoje