Eventos promovem troca de experiências

Escolher uma vida incerta nem sempre é fácil. A liberdade costuma ser a recompensa. Ex-mecânico náutico, o goiano Mateus Aguiar, de 30 anos, foi para a rua com apenas 20 anos. “Foi uma libertação”, define. Sem grana, começou a fazer malabares com material reciclado que ele mesmo produzia até conseguir dinheiro para comprar seus próprios equipamentos – que não são baratos. Uma clave, por exemplo, custa cerca de R$ 40, as bolinhas, R$ 15 cada uma e um monociclo não sai por menos de R$ 500.

“O investimento é alto, mas o prazer de trabalhar também é”, relativiza Mateus. Assim como a maioria dos “nativos”, nome dado aos artistas que vivem na cidade, ele tem mais de uma profissão: é iluminador cênico, produtor cultural e palhaço.

Convenções

Em Goiânia, o projeto Pontão de Cultura República do Cerrado/UFG, coordenado por Virgílio de Alencar Santana, é um dos responsáveis pela realização do Encontro Goiano de Malabares e Circo. Convenções deste tipo servem para a troca de experiência e também para atrair artistas para a cidade. Muitos dos participantes que vieram para Goiânia em agosto a fim de participar do evento ainda estão pelas ruas da cidade.

Na casa onde funciona o Pontão, ficaram hospedadas 56 pessoas de várias partes do mundo. Neste fim de semana, grande parte dos artistas está em Anápolis, onde está sendo realizado o 5º Encontro de Palhaços e Circo.

“Eventos como este tem o objetivo de incentivar grupos informais que atuam com arte de rua, como os malabares”, explica Virgílio. Nas convenções, duas vertentes das artes circenses se encontram: a tradicional, formada por profissionais de famílias circenses, e a contemporânea, que reúne pessoas que encontraram no circo um estilo de vida e de sobrevivência. Mesmo que não seja embaixo de uma lona.

Fonte: O Popular