Maioria aprova copa no Brasil

Pesquisa feita pelo Instituto Verus mostra que 53% é a favor da realização do torneio no País

Galtiery Rodrigues 11 de junho de 2014 (quarta-feira)

 

A maioria dos goianos aprova a realização da Copa do Mundo no Brasil, embora acredite que o legado que ela deixará para o País será mais negativo do que positivo. Quando se trata de torcer ou não pela seleção brasileira durante o torneio, a maioria significativa diz que não deixará de exercer o papel de torcedor. Este é o cenário revelado pela pesquisa O Goiano e a Copa do Mundo, realizada pelo Instituto Verus, a pedido do POPULAR. Enquanto 53,2% dos entrevistados disseram que aprovam a realização da Copa e 67,8% acreditam que ela só vai deixar prejuízos para o Brasil, 86,2% declararam que vão torcer pelo hexacampeonato da seleção.

A pesquisa entrevistou 1,2 mil pessoas com mais de 16 anos em todas as regiões do Estado, entre os dias 1 e 6 de junho, obedecendo quotas proporcionais de sexo, faixa etária e localidade de moradia. A margem de erro da pesquisa é de 2,9% para mais ou para menos. No comparativo separado por regiões, a população da região metropolitana de Goiânia foi a única que apresentou maior porcentual de desaprovação (47,8%) em relação aos que se disseram favoráveis (45%) à realização da Copa do Mundo no Brasil. No interior do Estado - Regiões Sul, Oeste, Centro-Norte e Leste -, o índice de aprovação foi maior, chegando a 61,3% no oeste goiano.

Essa divisão de posicionamentos é vista com naturalidade por cientistas políticos e sociais. A alternância de tratamento em relação ao evento em si e à participação da seleção brasileira revela, segundo o professor da Faculdade de Ciências Sociais da Universidade Federal de Goiás (UFG), Pedro Célio Alves Borges, até certo amadurecimento do censo crítico e maturidade da consciência coletiva. “Esse sentimento de apoio e identificação com o futebol é natural. Dificilmente, a pessoa vai torcer por alguém estranho. O descrédito decorre da estrutura fabulosa de recursos que foi disponibilizada para a realização da Copa do Mundo numa situação de penúria do País em questões básicas. O futebol é outra coisa, outra história”, diz.

Dos 1,2 mil entrevistados, apenas 2% disseram que vão torcer por outra seleção, e as citadas foram: Argentina, Espanha, Portugal, Uruguai, Alemanha e Estados Unidos. Esse tipo de rejeição mínima, conforme o professor de Sociologia, Ciência e Teoria Política da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC/GO), Sílvio Costa, também é natural. “Em copas passadas também foi assim. E, da mesma forma, com a proximidade dos jogos e o decorrer do torneio, começa-se a criar um inevitável sentimento nacional de querer torcer e participar”, expõe. Já em relação à divisão de opinião quanto à realização do torneio no Brasil, o professor pontua que é reflexo das notícias de atraso das obras e gastos exorbitantes.

Regiões

A diferença de opinião entre os moradores da região metropolitana e os do interior do Estado está ligada, na visão de Pedro Célio, a uma questão conjuntural. Ele pontua, primeiro, que essa tendência não se aplica somente a Goiás. Nos demais estados, essa mesma diferença de posicionamento deve se repetir e a população dos grandes centros apresentar uma maior revolta quanto à realização da Copa do Mundo. O motivo: “todos os problemas estão tremendamente agudizados nos maiores centros urbanos. Eles acontecem com maior avidez, e daí surge esse censo crítico mais apurado”, afirma.

O professor Sílvio Costa acrescenta que, no caso de Goiás e Goiânia, as últimas manifestações populares aconteceram todas na capital, o que seria outro motivo para manter entre os moradores da região um censo crítico mais presente. A pesquisa perguntou também qual é a expectativa de sucesso da Copa do Mundo no Brasil, comparada às edições anteriores. Em média, 44,1% dos goianos acreditam que ela será pior que as outras. No caso da região metropolitana, esse porcentual chegou a 56,1%, o maior entre todas as regiões, sendo que em duas delas - Oeste e Centro-Norte - a previsão de que a copa do Brasil será melhor foi expressada por 50% e 46% dos entrevistados, respectivamente.

Fonte: O Popular

Categorias: clipping