Apenas 4,4% diz que participaria de protesto

11 de junho de 2014 (quarta-feira)

Pelo resultado da pesquisa O Goiano e a Copa do Mundo, tudo indica que, caso ocorram manifestações no Estado durante o torneio, a adesão da população será pequena. Perguntados se apoiam a realização de protestos nos dias de jogos, 65,7% dos 1,2 mil entrevistados responderam que não são favoráveis, 19,3% se disseram de acordo e 14,5% se posicionaram a favor, desde que eles sejam pacíficos, sem atos de depredação e violência. Além disso, em resposta à pergunta se eles pretendem participar das manifestações, apenas 4,4% das pessoas entrevistadas se declararam dispostas a irem às ruas para protestar. O posicionamento contrário se destacou em todas as regiões.

O resultado, na visão do professor da Faculdade de Ciências Sociais da Universidade Federal de Goiás (UFG), Pedro Célio Alves Borges, é reflexo da repulsa da população à politização, violência e partidarização que começaram a tomar conta dos movimentos, desde junho do ano passado. “A pessoa pode até ser contra a realização da Copa do Mundo, mas não se identifica com a forma de protesto”, diz. Além disso, segundo ele, a tentativa de vincular à copa a causa dos problemas do Brasil é errada. “À medida que ela vai ganhando corpo e vai se aproximando a dia dos jogos, mais visível se torna a realização dela e mais inócua é a tentativa de politizá-la negativamente”, complementa.

O professor de Sociologia, Ciência e Teoria Política da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC/GO), Sílvio Costa, também não se espanta com a baixa adesão dos goianos aos protestos. Ele explica que quando o movimento começou, em junho do ano passado, observava-se algo peculiar nas reivindicações. Todas elas se prendiam às políticas públicas e, com o passar do tempo, elas se politizaram e, mais do que isso, passaram a gerar transtornos no dia a dia da população. “Desse jeito, a repulsa acaba sendo natural. Vai ter uma ou outra manifestação, mas a adesão não tende a ser maior do que agora”, aponta.

Comparativos

Por grau de instrução, o maior porcentual de apoio aos protestos (26,2%) se dá entre as pessoas que possuem curso superior. Entre as religiões, os entrevistados católicos foram os que expressaram maior oposição (68,6%) aos protestos. O maior apoio proporcional (29,6%) ocorreu entre aqueles que se disseram de outras religiões, sem ser a católica e a evangélica. Entre os poucos que afirmaram que vão participar das manifestações, o maior índice foi registrado na região metropolitana (2,2%).

Fonte: O Popular