Os benefícios da música

Além de fazer bem para alma, a música ajuda no tratamento de algumas doenças e faz bem para o coração, aponta pesquisa de cardiologistas

Data: 03 de agosto de 2014

Veículo: Diário da Manhã

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Quem nunca gritou de alegria quando começou a tocar a canção preferida? Ou então se sentiu mais animado depois que ouviu aquela música alegre? Ora ainda colocou uma musiquinha calma, só para relaxar?

O intenso prazer que se sente ao escutar música provoca no cérebro a liberação de dopamina, um neurotransmissor que serve para avaliar ou recompensar prazeres específicos associados à alimentação, drogas ou dinheiro, de acordo com um estudo divulgado na publicação científica Nature Neuroscience.

Os voluntários do estudo revelaram que sentiam sinais de extremo prazer, ao escutarem uma música. Da mesma forma, os aparelhos de diagnósticos da Universidade de Montreal, no Canadá, registraram por imagens a liberação de dopamina e a atividade do cérebro, informando alteração na frequência cardíaca e respiratória dos pesquisados.

De acordo com a musicoterapeuta Kelly Cristina Souza, 29 anos, a música está ligada diretamente com os sentimentos humanos, o que revela na publicação científica: o nível de liberação da dopamina varia com a intensidade da emoção e do prazer. “Escutamos música porque é algo que está dentro do ser humano. Várias partes do nosso corpo têm ritmo, a batida do coração libera um som, nossa voz e nosso organismo também. Esses sons primários despertam o nosso interesse em ouvir uma música, o que aguça ou extravasa os nossos variados tipos de sentimentos”, explica Kelly Cristina.

A professora de canto da Universidade Federal de Goiás, Marília Álvares, lembra que, desde a gestação, as pessoas têm o envolvimento com a sonoridade. “A criança dentro da barriga da mãe já escuta todo o som que o corpo que a carrega produz. Já nascemos com o dom de escutar”, reforça. Conforme Marília Álvares, a música é uma arte e, por isso, ela tem a função social, política e na educação, para ela, “a musicalidade torna o se humano mais sensível”.

Nas batidas do seu coração

Ouvir música faz bem ao coração. É o que garante um estudo apresentado no congresso anual da Sociedade Europeia de Cardiologia, em Amsterdã, em 2013. Conforme a pesquisa, a música ajudou na recuperação de pacientes com problemas cardíacos. Além disso, para os cardiologistas responsáveis, qualquer pessoa pode melhorar a saúde do próprio coração, ouvindo música.

Ao realizar o estudo, os médicos dividiram 74 pacientes com problemas cardíacos, em três grupos. Dois deles receberam aulas de ginástica por três semanas. Desses dois, um recebeu ordens para ouvir qualquer tipo de música, durante uma hora por dia. O terceiro grupo não fez qualquer tipo de exercício, mas também ouviu música.

O grupo que se exercitou e ouviu música melhorou sua capacidade aeróbica em 39%, além de mostrar mudanças positivas com relação a seus problemas cardíacos. Enquanto isso, o grupo que apenas se exercitou melhorou sua capacidade em 29%, e o grupo que apenas ouviu música ainda assim melhorou sua capacidade aeróbica em 19%.

A musicoterapeuta Kelly Cristina Souza destaca que a música é um caminho mais fácil para chegar ao paciente e que pode ter grande aceitação e participação. “Não há um tipo de música que seja a melhor. O importante é que a pessoa goste da música e ela a deixe feliz”, afirma.

“Escuto música

 todos os dias”

Luciano Nascimento Rodrigues, 19 anos, assegura que música, para ele, tem que ser todo dia. “No meu trabalho, eu ligo o computador e deixo a caixinha de som bem alta, música me faz bem, me acalma e me faz trabalhar melhor”, conta o jovem que trabalha como serviços gerais, em uma confecção no interior do Estado. Música Popular Brasileira e Rock dos anos noventa são as preferidas do jovem que diz ser um grande admirador de boas trilhas sonoras.

Já as estudantes Isadora Ribeiro, 20 anos, Érika Ribeiro, 21 anos e Luiza Borges, de 21 anos, trans-portaram o gosto da música desde a infância, na criação do grupo Flor de Lis. O trio que realiza alguns shows lembra que a musicalidade é uma forma de expressão. “A música é o que une as pessoas, o que traz memórias e cria memórias. Quando faltam palavras, tem se a música”, ressalta Isadora Ribeiro.

Fonte: Diário da Manhã

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