Médico vê fenômeno como ‘preocupante’

03 08 Maioria expressiva de mulheres

Data: 03 de agosto de 2014

Veículo: O Popular

 

O título de o Brasil ser campeão mundial em número de cirurgias plásticas é visto com ressalvas pelo médico Elias Rassi, professor do departamento de Saúde Coletiva da Universidade Federal de Goiás (UFG). “Enquanto fenômeno, acho assustador esse volume de pessoas na sociedade insatisfeitas com o próprio corpo”, afirmou.

O médico explica que considera esse movimento uma forma de baixa identidade cultural do brasileiro, pois os padrões de beleza são passageiros. No entanto ele ressalta que essa é a análise do fenômeno e não do indivíduo. “Cada caso é um caso e é lógico que as pessoas podem se sentir mais felizes ao mudar alguma característica que a incomoda”, afirma.

Chama a atenção, segundo Rassi, o fato de países desenvolvidos, onde as pessoas têm um maior poder aquisitivo, não ter um volume tão grande de gente realizando intervenções cirúrgicas estéticas e reafirma.

Rassi liga o crescimento do mercado da cirurgia plástica a fatores industriais. Ele cita uma corrente de pensadores que afirma que, nessa “cultura do corpo”, cada vez mais influente até mesmo na economia da nossa sociedade, os médicos estão se tornando apenas uma fração entre os inúmeros protagonistas da indústria da saúde.

Os médicos são indispensáveis à saúde do corpo, mas se transformaram em uma peça desse movimento industrial”, diz Elias Rassi.

Fonte: O Popular

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