Estudante morre depois de ser atropelada na faixa

06 08 Falta de cumprimento à leis

Data: 06 de agosto de 2014

Veículo: O Popular

Jéssyca Nunes foi colhida por um New Beetle na Avenida Fued Sebba, no Jardim Goiás, em frente à PUC-GO, na noite de segunda-feira. Ela morreu ontem no Hugo

 

A estudante de jornalismo Jéssyca Nunes, de 23 anos, morreu na ontem após ser atropelada na faixa de pedestres, quando saia do Câmpus 5 da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO), no Setor Jardim Goiás, em Goiânia. Ela chegou a ser socorrida e encaminhada ao Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo), mas não resistiu aos ferimentos. O corpo foi velado na tarde de ontem no cemitério municipal de Senador Canedo.

A jovem cursava o 8º período e acabava de sair de uma orientação para o Trabalho de Conclusão de Curso. Ela foi atingida por um Volkswagen New Beetle, da cor prata e com placa de Brasília, por volta das 20h30 de segunda-feira. A estudante foi socorrida e chegou a ser hospitalizada, mas morreu por volta da 1h30 de ontem, depois de sofrer uma parada cardíaca. Jéssyca tinha uma filha de 4 anos e morava com a mãe e a irmã em Senador Canedo, na região metropolitana de Goiânia.

A motorista do carro relatou aos policiais que atenderam a ocorrência que só a viu a jovem atravessando a rua quando estava bem próxima ao carro. O veículo trafegava no sentido Centro-Estádio Serra Dourada. A condutora tentou frear e desviar para a direita, mas acabou atingindo Jéssyka. A pancada foi tão forte que arremessou a garota para o capô, o que provocou batida a cabeça no parabrisas. Testemunhas disseram que o veículo estava em alta velocidade.

SEMÁFOROS

O local do acidente está sinalizado com faixa de pedestre, situada entre dois semáforos, com indicação para redução de velocidade. Estudantes do Câmpus 5 da PUC-GO reclamam da alta velocidade e falta de respeito à faixa de pedestre no local. Eles chegaram a pedir a instalação de um semáforo exclusivo para a travessia.

A assessoria de imprensa da PUC-GO destacou, por meio de nota, que estes recursos são adequados para evitar atropelamentos, mas não foram respeitados. A nota ainda diz que a universidade se solidariza com familiares e amigos da estudante. Já a Secretaria Municipal de Trânsito, Transportes e Mobilidade (SMT) ressalta que a faixa de pedestre na Avenida Fued Sebba em frente à PUC-GO aguarda a instalação de semáforo. A SMT enfatiza que a direção da PUC-GO está providenciando o equipamento. A ação é resultado de uma parceria do órgão com a instituição visando melhorias no trânsito local.

ROTATÓRIAS

Para coibir os números de atropelamentos, normalmente se pensa em projetos de educação e intervenções que alteram a arquitetura das vias e calçadas. O que demanda recursos e tempo de execução. A professora de Arquitetura e Urbanismo Universidade Federal de Goiás (UFG), Erika Kneib, lembra que não é preciso ir tão longe. As rotatórias, típicas do traçado urbano de Goiânia, podem servir justamente para o favorecimento do pedestre.

Kneib afirma que o modelo de mobilidade precisa ser repensado para adequar a cidade às pessoas e não, aos veículos. A retirada das rotatórias de Goiânia estariam, assim, na contramão deste pensamento. O uso e requalificação das rotatórias para diminuição da velocidade seria uma opção de baixo custo e eficaz.

Segundo a pesquisadora, com essas intervenções de baixo custo, o traçado circular das rotatórias pode agir como um medida importante para a inibição da velocidade dos carros e humanização do trânsito na cidade.

Fonte: O Popular

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