Marcelo Rabahi: hidratação ajuda a prevenir problemas respiratórios durante a estiagem

Data: 15 de agosto de 2014

Veículo: Goiás Agora

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Em pleno período de estiagem no Centro-Oeste, quando a umidade relativa do ar atinge níveis críticos segundo a Organização Mundial de Saúde, o pneumologista e diretor de Ensino e Pesquisa do Hospital Geral de Goiânia, Marcelo Rabahi, faz recomendações para garantir uma melhoria na qualidade de vida. Em regra, a hidratação contínua e prolongada continua sendo o melhor remédio para prevenir o agravamento das doenças respiratórias, comuns nessa época do ano.

Muito se fala sobre o agravamento dos problemas respiratórios durante o período de estiagem. Há registros que confirmam o aumento no número de atendimentos médicos nesse período?
Marcelo Rabahi – Temos estudos feitos na Universidade Federal de Goiás (UFG) que mostram aumento de até 100% no número de atendimentos por conta de problemas respiratórios nesse período. Com o ar ficando mais seco é comum se irritar nariz, garganta, traqueia e os brônquios. Dessa forma as pessoas que já têm algum problema congênito acabam percebendo um agravamento. Já os que não possuem problema algum, nesse período passam a apresentar alguns incômodos respiratórios. Pesquisa feita no Cais do Novo Horizonte mostrou que em épocas normais, os atendimentos respiratórios representam de 12 a 14% do total registrado. Nessa época, esse número chega a atingir até 30% dos atendimentos.

Quais os problemas mais comuns identificados nessa época?
Marcelo Rabahi – Temos que diferenciar as doenças que apresentam comprometimento respiratório. A gripe é causada por um vírus e independe do tempo seco. O resfriado é caracterizado pelas dores de garganta e corisa. Já as reações alérgicas costumam manifestar comprometimento respiratório como rinites e tosses. Agora as doenças que são agravadas pelo tempo seco são as crônicas como asmas, bronquite e enfisema pulmonar. Com o ar mais seco ele acaba irritando as vias aéreas e comprometendo a qualidade de vida de quem já apresenta problemas respiratórios habitualmente.

A umidade relativa do ar tem atingido índices críticos segundo a Organização Mundial de Saúde. Qual a recomendação para sofrer menos os seus impactos negativos?
Marcelo Rabahi – A recomendação principal é se hidratar sempre. Quando o clima fica um pouco mais frio é natural deixarmos de beber água. Essa falta de hidratação piora os sintomas. Outra recomendação é umidificar os ambientes. Com o crescimento das cidades e o aumento da poluição ambiental vemos a qualidade do ar piorar a cada ano. A nossa cidade hoje não tem o mesmo percentual de área verde proporcional ao número de carros. A qualidade do ar respirado está pior, e consequentemente, a qualidade da respiração das pessoas.

A partir de quando a pessoa deve procurar um atendimento médico?
Marcelo Rabahi – Quando sentir que houve uma piora no seu rendimento respiratório. Por exemplo, quando o paciente já tem asma, enfisema ou rinite e começou a ter sintomas que atrapalham as outras atividades diárias, tem que procurar um atendimento médico imediato. Já as pessoas que não apresentam tais problemas mas começam a se sentir incomodadas, precisam procurar um médico antes de usar uma medicação. O ideal é que as pessoas procurem a atenção primária (Cais e Ciams) mais próxima de suas casas, para que possa fazer a avaliação e saber o que está acontecendo.

Há alguma indicação própria para esse período? Por exemplo, reduzir a prática de atividades físicas?
Marcelo Rabahi – Hidratação é o ideal. Por exemplo, pessoas que fazem atividade física ao ar livre como caminhada e corrida precisam ter uma atenção especial à hidratação e se hidratar mais do que o habitual. Se antes a pessoa costumava tomar um copo de água a cada volta, agora é hora de tomar mais. Quem costuma fazer exercícios não gosta de parar, mas evitar horários com sol mais forte é importante.

Fonte: Goiás Agora

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