Professor lança livro sobre a guerrilha

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O doutor em História da Universidade Federal de Goiás (UFG), Romualdo Pessoa Campos Filho, lançou ontem, às 19h, na sede da Associação dos Docentes da Universidade Federal de Goiás (Adufg), em Goiânia, o livro Araguaia: depois da guerrilha, outra guerra – A luta pela terra no sul do Pará, impregnada pela ideologia de segurança nacional (1975-2000). Registro: com o apoio da Fundação Maurício Grabois (PC do B) e do Instituto de Estudos Sócioambientais (Iesa), da UFG.

Autor de A Esquerda em Armas, obra utilizada como referência pelo jornalista Elio Gaspari em seus quatro livros, ele analisa o impacto da ocupação, na Região do Araguaia, palco da guerrilha organizada pelo Partido Comunista do Brasil. Ela foi descoberta em 1972, pela ditadura civil e militar, e esmagada pela repressão política nos anos de 1974 e 1975. Dezenas de guerrilheiros foram executados. Os seus corpos continuam até hoje desaparecidos, aponta a Comissão Nacional da Verdade (CNV).

As mudanças para ocupar a região pelos donos do poder tiveram uma estratégia geopolítica, explica o historiador, professor do Departamento de Geografia. “Com o preenchimento dos espaços vazios e de áreas consideradas estratégicas”, observa ele. O formulador da tática foi o general Golbery do Couto e Silva, aliado de Ernesto Geisel, então presidente da República (1974-1978), e sucessor de Emílio Garrastazu Médici (1969-1974), em cujo período se utilizou a tortura como política de Estado. 

A Amazônia, um imenso espaço vazio, na concepção dos militares que conduziam as políticas de governo, precisava ser ocupada seguindo-se o que determinava o slogan “integrar  para não entregar”, e garantir dessa forma proteção efetiva a um território extremamente rico, do ponto de vista não somente da quantidade de terras a ser ocupadas, mas também pela quantidade de recursos minerais que estavam sendo descobertos – que se sabia, existirem em larga escala.