Agulha no palheiro

26 08 Sofrimento Interminável

Data: 26 de agosto de 2014

Veículo: O Popular

 

Uma das principais fontes do País quando o assunto é Guerrilha do Araguaia, o pesquisador Romualdo Pessoa foi chamado a colaborar no grupo de trabalho que se dedica a esclarecer o destino de tantos militantes de esquerda que participaram daquele foco de luta armada e que sumiram do mapa. A morte dessas pessoas é tida como certa, mas seus corpos jamais foram localizados.

“Foi montado um banco de DNA com restos mortais desenterrados na região e que podem ser de alguns dos guerrilheiros, mas vários parentes se recusaram a fornecer material genético para comparação. Além disso, há uma disputa interna grande”, revela o professor da UFG. Segundo ele, uma ala do grupo de pesquisa se incomoda com a presença ostensiva do Exército nos trabalhos de investigação.

“De fato, as Forças Armadas dão esse apoio logístico e entendo a crítica, mas é preciso fazer o trabalho, que é muito complicado. É como achar agulha no palheiro.” De acordo com Romualdo, os restos encontrados até agora seriam de quem foi morto na 1ª campanha do Exército, quando ainda se resgatavam e sepultavam os corpos.

“Da 2ª campanha em diante, os guerrilheiros eram mortos na mata e deixados lá ou jogados em outras áreas.” Ele afirma que vários corpos foram desenterrados muitos anos depois do fim dos combates para que não pudessem ser achados.

O professor recorda que quando as primeiras missões neste sentido chegaram à região, houve desconfiança entre os moradores. “Eles não viam tantos soldados desde a época da guerrilha. Hoje estão habituados.”

Fonte: O Popular

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