Para sociólogo, modelo usado é fracassado

30 08 Para sociólogo, modelo usado é fracassado

 

 

Data: 30/08/2014

Veículo: O Popular

 

Para o sociólogo Dione Antônio de Carvalho, coordenador do Núcleo de Estudos de Criminalidade e Violência da Universidade Federal de Goiás (Necrivi/UFG), aumentar o efetivo policial não significa necessariamente o aumento da segurança. “Não há dados estatísticos que comprovem uma relação entre o aumento do efetivo e a redução de crimes. Na verdade, o que a gente tem visto é até um efeito contrário”, diz. Carvalho afirma que Goiás está apostando em modelo que já se mostrou fracassado, que é o da repressão militarizada, exclusivamente ostensiva. Em sua avaliação, o Estado deixa de lado os dois pilares da segurança pública eficiente: o investimento no serviço de inteligência e a defesa dos direitos.

“Temos uma defasagem nos processos de investigação e esclarecimento de crimes. É preciso investir no serviço de inteligência , na Polícia Técnico-Científica, na ampliação do quadro da Polícia Civil e reformas das delegacias. Só assim aumentaríamos o índice de resolução de crimes”, afirma Carvalho.

O sociólogo faz críticas ao Simve, pois a PM, segundo o especialista, é uma profissão que exige uma carreira. Além de achar o emprego de temporários perigoso em uma atividade que, pela complexidade, exige uma carreira, Carvalho afirma que os profissionais das Forças Armadas são treinados para abater o inimigo e não para proteger a sociedade .

Apesar de ressaltar a importância do maior contingente, o comandante do Policiamento da Capital, coronel Divino Alves, concorda que segurança pública não é apenas uma questão de mais polícia nas ruas. “É preciso haver uma conjugação de esforços de outros atores envolvidos na segurança de uma cidade, como falta de iluminação pública, mato alto, casas abandonadas que servem de mocó para usuários de drogas, políticas de recuperação e mudanças na legislação”, enumera Alves.

Fonte: O Popular

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