Entre as notas do violão

Data: 28 de outubro de 2014

Fonte/Veículo: O Popular

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Músico Vitor Noah promove recital hoje no Centro Cultural UFG e se prepara para o mestrado na Espanha

Clenon Ferreira

28 de outubro de 2014 (terça-feira)

Marina Adorjan

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Violonista Vitor Noah apresenta recital hoje, no Centro Cultural UFG

Em janeiro, o músico Vitor Noah vai representar o Brasil na Europa. Ele passou no processo de seletivo da Máster en Interpretación de Guitarra Clásica, em Alicante, no sudeste da Espanha e agora se prepara para fazer mestrado em uma das universidades de música mais importantes do mundo. Aos 22 anos, o bacharel em violão da Universidade Federal de Goiás (UFG), ficou em segundo lugar no concurso, concorrendo com musicistas de diversos Países.

Com a proposta de divulgar o seu trabalho e promover um contato múltiplo entre a música erudita com canções da Espanha, Noah apresenta um show especial hoje, 28, no Centro Cultural UFG. Todo o repertório, escolhido a dedo pelo violonista, tem em suas raízes músicas espanholas, em uma homenagem ao País em que irá viver nos próximos anos. A apresentação ainda conta com a presença da cantora Rose Dália e do também violinista Jorge Luiz.

De acordo com Noah, será um de seus últimos shows antes de embarcar para a Espanha. “Quero arrecadar fundos para a viagem. É tudo muito caro e preciso estar preparado. Além disso, preciso divulgar o meu trabalho como violonista e repercutir a música erudita, tão restrita em Goiânia. O show conta com três partes, em que toco sozinho, acompanhado de outro músico e depois com uma cantora”, reitera.

Noah, que desde os 11 anos estuda música, iniciou o seu aprendizado nas Oficinas de Música da Escola de Música e Artes Cênicas (Emac), da UFG. Não tardou para que, em 2008, ganhasse o prêmio revelação no concurso Jovens Talentos da Emac e o primeiro lugar no Concurso de Violão Souza Lima, em São Paulo. O sucesso resultou em uma bolsa de estudos integral concedida pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal (Capes)/Fund for the Improvement of Post Secundary Education (Fipse), e em 2008, durante a graduação, estudou na Marshall University, localizada nos Estados Unidos.

Ainda durante a graduação, Noah obteve o 1º lugar no Concurso de Violão do Museu de Arte de São Paulo (Masp). Também conquistou, em 2013, o primeiro lugar no 10º Concurso Nacional Villa-Lobos em Vitória e no 7º Concurso da Bravio, em Brasília. Em 2014 participou do concurso Prelúdio, televisionado pela TV Cultura, onde solou o primeiro movimento do Concerto para Violão de Villa-Lobos, sob regência do maestro Júlio Medaglia.

Na Máster en Interpretación de Guitarra Clásica, o musicista vai estudar com professores que, de acordo com ele, são grandes nomes do violão, a exemplo de Manuel Barrueco, David Russell, Pepe Romero, Roberto Aussel e Fabio Zanon. “Acompanho o trabalho destes profissionais e tenho a maior honra de estar entre os quinze selecionados para participar deste mestrado”, enfatiza.

Recital: Vitor Noah
Data: Hoje, às 20h30
Local:Centro Cultural UFG (Av. Universitária, Praça Universitária)
Ingresso: R$ 20 (inteira)

Violão e o contrabaixo

28 de outubro de 2014 (terça-feira)

O violonista Noah se graduou em julho deste ano. Ao mesmo tempo em que se dedicava aos estudos de música erudita, tocava contrabaixo na banda de stoner rock Hellbenders, sucesso de crítica em todo o Brasil. O grupo foi o primeiro entre os brasileiros a gravar um disco no estúdio Rancho de La Luna, no deserto da Califórnia. “Eu tinha que escolher, ou continuar na banda ou me dedicar ao violão”, conta.

Noah preferiu seguir a carreira no violão e estudar na Máster en Interpretación de Guitarra Clásica. “As bandas de rock de Goiânia já estão consolidadas e existe uma cena de stoner na cidade, que já fazem sucesso e são reconhecidas pelo público. Já para a música erudita não existe um espaço e as pessoas ainda não conhecem este outro lado da música. Tenho o desejo de criar uma cena de música erudita na cidade, tão carente deste gênero”, confessa.

Apesar de Noah não fazer mais parte da Hellbenders, ele diz que sempre que pode toca com os meninos do grupo, que são seus amigos de infância. “Trabalhamos juntos desde os 12 anos. Mesmo que não esteja com eles, torço pela banda. Acabei seguindo outros caminhos e sei que a Máster en Interpretación de Guitarra Clásica será importante para mim”, reitera o violonista.

Fonte: O Popular

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