Goiás é o único Estado brasileiro presente em painel internacional sobre mudanças climáticas

Data: 31 de outubro de 2014

Fonte/Veículo: Jornal Opção

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31/10/2014 19h47 

Por Thiago Burigato

Edição 2051

O Estado reforça seu interesse em adotar uma versão local do Cadastro Ambiental Rural (CAR) e montar sua própria rede de preservação do bioma do Cerrado

Goiás é o único Estado brasileiro com representantes em Copenhague, na Dinamarca, para a 40ª Sessão do Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática (IPCC). Ao fazer parte do evento, Goiás reforça seu interesse em adotar uma versão local do Cadastro Ambiental Rural (CAR) e montar sua própria rede de preservação do bioma do Cerrado.

A principal motivação para isso é o fato de o Cerrado ter superado a Amazônia como o bioma que registra a maior parte do desmatamento do país. A conclusão é de uma pesquisa do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e da Universidade Federal de Goiás (UFG) apontou que, em 2011, 6.418 km² de floresta amazônica foram devastados. No Cerrado, foram 7.415 km².

Em 2012, a Amazônia reduziu o desmatamento para 4.571 km², enquanto no Cerrado houve aumento para 7.653 km², especialmente provocado pelas atividades agropecuária e de produção de carvão vegetal. Apesar de o bioma estar presente em oito Estados, o resultado é especialmente impactante para Goiás por ser o único Estado que tem 100% de seu território inserido no Cerrado.

A Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos de Goiás (Semarh) não divulga números sobre o desmatamento no Estado, mas um estudo do economista Millades de Carvalho Castro aponta ter havido desmatamento anual de 1.493 km² no Estado entre 2002 e 2009. No período, 3,3% de áreas naturais de Goiás vieram abaixo. Até 2002, diz o estudo, 203,8 mil km² – 61,8% do cerrado goiano – já tinham sido desmatados.

Para a titular da Semarh, Jacqueline Vieira da Silva, o desmatamento cresce no Estado porque Goiás ainda conta com muitas áreas intocadas. “Mas precisamos correr contra o desmatamento. Ao proteger o Cerrado, protegemos também a Floresta Amazônica, que dele depende”, reforça.

O diálogo de sua secretaria com os grandes produtores de gado e grãos, cujas atividades estão legalmente amparadas, tem sido considerado franco e bom. Com os pequenos produtores ainda há dificuldade. A construção do cadastro estadual, em sua opinião, daria maior autonomia para a Semarh atuar especialmente nessa frente, sem depender do amparo e da visão do Ministério do Meio Ambiente (MMA). O novo cadastro, que deve ser criado até o final de dezembro, igualmente facilitaria a adoção de iniciativas da rede de proteção do bioma do Cerrado no Estado.

Fonte: Jornal Opção

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